segunda-feira, 27 de julho de 2020

Diretoria De Cultura Abre Cadastramento Para Agentes Culturais Do Município

Intensa Movimentação Virtual Da Cultura
Agentes culturais se unem em grupo virtual e Prefeitura lança cadastramento



Desde a quarta-feira 15/07 surgiu uma grande movimentação na cidade para unir e mobilizar os fazedores de cultura municipais. Da mesma forma que a crise da Covid-19 forçou o governo federal a liberar o maior montante de verba da história para o setor da cultura dos estados e municípios, ela também estimulou os agentes culturais locais a se unirem.
Nas últimas duas semanas foi criado um grupo no WhatsApp para os agentes que conta com mais de 110 membros e duas reuniões virtuais já foram organizadas por ele. Por sua vez, a Prefeitura Municipal iniciou o cadastramento dos profissionais e dos espaços culturais do município.

Lei Aldir Blanc
A Lei Aldir Blanc (Nº 14.017 de 29/06/20) destina R$ 1,5 bilhão para os municípios e, de acordo com estimativas da CNM (Confederação Nacional De Municípios), Porto Feliz teria direito a um total de R$ 392.835,83. Verba esta para ser utilizada em auxílios emergenciais a profissionais e espaços e também para atividades como editais. Por enquanto, o dinheiro não chegou, os municípios estão tendo de se preparar. A partir do sábado 25/07 eles poderão preencher as informações necessárias para o recebimento, que será através da Plataforma +Brasil.
Enquanto isso, é necessário que cada município tome providências como garantir o cadastramento dos agentes e espaços culturais e preparar a lei municipal que definirá o uso do dinheiro (caminho indicado pela CNM).
Cada município terá 60 dias a partir do recebimento da verba para utilizá-la, ou então ela será devolvida.

Cadastramento Municipal
A Prefeitura, através da Diretoria de Cultura, Esportes e Turismo iniciou o cadastramento dos agentes culturais. Ele foi lançado na sexta-feira passada e utiliza os recursos do Docs Google, que são gratuitos. O agente deve entrar no link: https://www.portofeliz.sp.gov.br/cultura . Aí, deve escolher entre duas categorias: PROFISSIONAIS DA CULTURA e ESPAÇOS CULTURAIS. Em seguida, deve responder a um questionário. Para isso, precisa ter uma conta de e-mail no Google, que é fácil de fazer caso ainda não tenha. E, além de perguntas abertas e de múltipla escolha, terá de carregar alguns documentos, como foto do RG e comprovante de residência.
Esse cadastro é importantíssimo para a cidade. Estar cadastrado é requisito para solicitar o auxílio emergencial da Lei Aldir Blanc, quando estiver disponível. Mas, mesmo que não haja interesse nos benefícios (ou que não seja possível solicitá-los, devido aos critérios) é vital que todos os agentes da cidade se cadastrem para que o cenário cultural do município seja melhor conhecido pelo Poder Público, num primeiro momento, e depois por todos os cidadãos.
Além do municipal, é também fundamental que os agentes se inscrevam no cadastro federal (MAPAS CULTURAIS) e no estadual (SP ESTADO DA CULTURA), os quais já contam com sistemas de informações e indicadores culturais – Estruturas que permitem consulta livre e fornecem muitos dados dinamicamente, até mesmo localizando os cadastrados em mapas. Porto Feliz ainda não possui seu sistema, mas o cadastramento é um grande passo nessa direção.
Agente cultural, cadastre-se para ser reconhecido; Cidadão, colabore com o Poder Público da cidade: divulgue e até auxilie outros a se cadastrarem.

Grupos Dos Agentes Culturais
Para que os agentes permaneçam unidos e fiquem atualizados, além de ficar de olho nas matérias deste jornal, há diversos veículos na Internet:
No Facebook, há alguns anos existe o grupo CULTURA DE PORTO FELIZ: https://www.facebook.com/groups/culturadeportofeliz/. Ele é destinado principalmente a postagem de notícias culturais da cidade.
No WhatsApp, foi criado o grupo FÓRUM CULTURA P. FELIZ. Ele foi iniciado pela bailarina Alessandra Avancini Moreau (da Estação e Cultura Centro de Arte), e entre seus administradores estão vários integrantes do Conselho de Cultura (CMPC-PF). O grupo é aberto a todos os agentes culturais, basta deixar o número no grupo do Facebook citado acima ou mandá-lo para o autor deste artigo, através de e-mail (veja abaixo). Até a quarta-feira, o grupo contava com 117 integrantes das mais variadas áreas culturais.
Esses grupos são grandes oportunidades, pois permitem realizar debates, forjar alianças e iniciar projetos em conjunto. O interessado em cultura também deve ficar de olho no Facebook e no site da Prefeitura Municipal e no Facebook do CMPC-PF (https://www.facebook.com/cmpcpf/)

Ações Do Fórum
No domingo 19/07 ocorreu a 1ª reunião virtual do grupo do WhatsApp. Voltada para orientações sobre a Lei Aldir Blanc, ela não foi presencial e realizou-se através do software Zoom. Contou com os convidados Bia Mattar (bailarina, professora, coreógrafa, produtora cultural e gestora de cultura) e Davi Lima (ator, diretor, pesquisador e articulador em gestão de políticas públicas culturais), que explicaram sobre a lei e a situação da cultura e tiraram dúvidas. Ela foi transmitida pela NOVA TV PORTO, que disponibilizou o vídeo em seu Facebook. Nesta quinta-feira, 23/07, estava marcada para as 20h uma nova reunião, novamente virtual.

JEB (José Eduardo Bertoncello) é funcionário da Biblioteca Municipal e colaborador da Tribuna Das Monções
Blog:  coisasdojeb.blogspot.com / E-mail: joseeduardo.jeb@gmail.com


quinta-feira, 23 de julho de 2020

Cem Anos Do Parque E Da Estação (Matéria de O Arauto)

Centenários! Um Século De História E Beleza!
O Parque Das Monções e a Antiga Estação De Trem completam 100 anos

Matéria: JEB (José Eduardo Bertoncello)
Capa E Ilustrações Internas: Marcelo Henrique Baldini
Publicado no jornal O ARAUTO DE PORTO FELIZ


Neste mês, o Parque das Monções e o conjunto de prédios hoje ocupados pela Biblioteca Municipal, Arquivo Histórico e Estação Das Artes – o antigo Ramal Férreo Porto Feliz-Boituva – fazem 100 anos.  São algumas das maiores jóias do nosso conjunto de patrimônios municipais (que é grande e de alto nível, é importante lembrar). Também completa 100 anos a erma do Dr. Cândido Motta, na Praça da Matriz. 
A inauguração do Parque e da Estação de Trem da Estrada De Ferro Sorocabana foi em 26 de abril de 1920, na gestão do Prefeito Cel. Eugênio Euclides Pereira da Motta. Esteve presente o então Governador de São Paulo, Dr. Altino Arantes (na época, era chamado de Presidente do Estado). Houve uma enorme festividade, cheia de populares. Além dos discursos, houve um desfile pela rua principal da Corporação Musical Da Força Pública (sob o comando do Cap. Antão Fernandes), um banquete público e encerramento pela Banda Militar Da Força Pública, que tocou músicas clássicas. 

Parque Das Monções
O Parque não é apenas um lugar lindo, agradável e com muito verde. Trata-se de um sistema composto por vários patrimônios, alguns históricos, outros naturais; atrações para cientistas, religiosos, amantes da natureza. Num passeio por ele podemos obter conhecimentos sobre a história municipal, regional e nacional; sobre a formação geológica de São Paulo e da Terra; sobre a fauna e flora local. Pode ser considerado um museu a céu aberto – e isso num espaço relativamente reduzido, de aproximadamente um quilômetro.
É um patrimônio tombado pelo CONDEPHAAT (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo). Isso se deu há quase 50 anos, em 1972, e é algo que por si só já alardeia o seu grande valor: É um bem reconhecido oficialmente como importantíssimo e digno de cuidados especiais.
Possui um grande potencial de turismo ainda a ser explorado, até mesmo na esfera ambiental. Seu entorno bastante movimentado somado à poluição do Tietê poderia sugerir que a maioria das espécies prefere não se aventurar por ali.  Entretanto, apesar de pequeno e dentro da cidade, sua biodiversidade é surpreendente, como apontou uma pesquisa de 2009. 


Brevíssima História
A aventura épica e terrível que constituiu as monções é indissociável do Parque. Ele abrigava o Porto de Araritaguaba, do qual partiram os monçoeiros para suas viagens. Como todo bom porto-felicense sabe, elas  foram expedições feitas através dos rios para Mato Grosso e Goiás, principalmente em busca de ouro, mas também tinham fins militares, comerciais, de transporte e até científicos. Ajudaram muitíssimo na expansão do território brasileiro e diz-se que as monções descobriram o Brasil por dentro.
As escadarias do Parque foram erguidas pelos ingleses que também construiram a Estação de Trem em 1919. Sua inauguração deu-se a 26 de abril de 1920, numa festividade que  contou com a presença do Governador Altino Arantes e de um grupo de jornalistas e historiadores. O Monumento Aos Bandeirantes foi encomendado pelo Dr. Cândido Motta, Secretário de Estado dos Negócios da Agricultura. O famoso historiador e diretor do Museu do Ipiranga, Afonso de Escragnolle Taunay, que idealizou o monumento, fez o discurso oficial da solenidade. 
Quadro anos depois foi criada a Gruta no Paredão Salitroso.

Nosso Parque
Uma mescla de encrusilhada com templos e jardins, que às vezes nos servem de sala de estar ou de auditório: Esses são os parques e as praças. Nesses locais temos um pouco de natureza e um pouco de tranquilidade, que nos permitem fazer uma pausa no frenético ritmo urbano, fugir um tiquinho da correria. Neles podemos parar um pouco, espairar a mente, socializar com arte, amar com mais vagar. São também cenários para os encontros municipais, para eventos culturais/políticos/sociais.
Então, aliado a todo valor histórico de nosso Parque, temos também toda essa verdadeira mágica sutil nele. E um parque não é algo comum na maioria das cidades, temos sorte. Nós da cidade estamos muito acostumados com ele e terminamos até por ignorá-lo, mas boa parte dos turistas fica impressionada com sua beleza.
Além da função paisagística, a vegetação de parques e praças ajuda a diminuir o calor nas cidades; o clima do nosso parque é sempre bem mais ameno do que o da entrada para o local.  Também a vegetação urbana de parques e praças pode ser utilizada por vários tipos de animais, incluindo as aves. Quanto maior a cobertura vegetal de um local, mais diversa pode ser a avifauna presente, e elas funcionam como indicadoras de um ambiente saudável e funcional. Esses animais tem muito valor, eles nos ajudam a viver melhor e contribuem para o controle biológico de pragas como formigas e cobras, a coleta e reciclagem do lixo biológico, a polinização de flores, a disseminação de sementes, entre outros aspectos. E as vegetações também merecem uma conservação prioritária por abrigarem espécies ameaçadas. 
O Parque Das Monções é um aglomerado de recursos preciososo que precisa ser capitalizado. E deve haver preocupação da população local em preservá-lo e melhorá-lo, já que ele é visto como importante ponto turístico para a cidade. 

Partimônios Do Parque
História
Monumento Aos Bandeirantes: É composto por uma coluna em mármore rosa, com a esfera armilar em ferro batido no alto, afixada numa base formada por uma êxedra (um banco de pedra semicircular de encosto alto); Nela, na face interna, há três baixos relevos em bronze que reproduzem três famosas imagens das monções: "A partida da monção", de José Ferraz de Almeida Júnior (1897), "A benção das canoas", de Hercules Florence (1826) e "A partida de Porto Feliz", de Adriano Taunay (1826). O autor do monumento foi o escultor italiano Amedeo Zani, imigrante que chegou a nosso país no ano de 1887.
Batelão: É uma legítima embarcação das utilizadas pelos monçoeiros, com mais de 200 anos. Com cerca de 18 metros de comprimento, foi achado numa fazenda da região nos anos 30. Partido em dois, uma parte chegou a ser exposta no Museu Paulista, da capital. Infelizmente, sofreu muitas depredações, embora sua estrutura básica ainda esteja íntegra.
Gruta de Nossa Senhora de Lourdes: Réplica da Gruta de Nossa Senhora de Lourdes, da França (esta erguida pela igreja católica em 1.700). Foi criada pelos padres franceses Alexandre Hordeaux e Vitor Maria Cavron e inaugurada em 15 de agosto de 1924 (Logo, logo, teremos outro centenário a comemorar!). Depois que os missionários franceses notaram uma semelhança entre o paredão daqui e outro existente na França, obtiveram a permissão da igreja católica para empreender a obra. Então foi escavada a gruta, onde foi instalada a imagem da santa.

Geologia
Paredão Salitroso: É um registro geológico de milhões de anos atrás, com rochas e estruturas de grande valor científico. Formado durante centenas de milhões de anos, foi classificado por especialistas da UNIMONTE (Centro Universitário Monte Serrat, de Santos) como único no mundo. Seu início foi entre 315 e 295 milhões de anos atrás (é mais antigo que os dinossauros!), em um período chamado pelos geólogos de Permocarbonífero, quando o clima e a geografia da região eram bem diferentes do que conhecemos hoje: os continentes tinham outra configuração, até mesmo em sua posição geográfica, e a região de Porto Feliz se encontrava debaixo do mar. A temperatura chegava abaixo de 0º C e grandes geleiras se formavam. O Rio Tietê foi o responsável por expor o Paredão Salitroso por meio da erosão (o rio nasceu há cerca de 15 milhões de anos). Os processos erosivos causados pela água também formaram os buracos chamados de marmitas, que são vistos na rocha do Paredão. Infelizmente, sua composição arenosa facilita a ação de vândalos.

Biodiversidade
É uma zona de transição entre dois biomas; a região apresenta uma pequena porção de Cerrado, mas é predominantemente de Mata Atlântica. A vegetação à beira do Rio Tietê é uma mata ciliar tropical, com cerca de 7,2 hectares. Algumas das árvores são mais velhas que o Parque, ou seja, há exemplares com mais de 100  anos!
Lá é possível ver muitas espécies diferentes de aves e outros animais silvestres dos dois tipos de mata. Embora as aves predominem, também possui répteis (como lagartos e cágados) e mamíferos (como o gambá-de-orelha-branca, a capivara, tatus entre outros).
Numa pesquisa de 2009 foram identificadas 92 espécies de aves, o que corresponde a 11,47% das espécies do estado de São Paulo. Mas este número deve ser maior, podendo bem passar de 100 espécies diferentes.
Possui aves de espécies residentes e das migratórias; Muitas usam a mata para construir seus ninhos para reprodução, outras, apenas para descanso. A maioria das espécies é mais ativa no período da manhã e no entardecer.


Cuidados E Exploração
É imprescindível investir na sua melhor conservação, de maneira a garantir a efetiva proteção de toda área, promovendo o uso público adequado, a acessibilidade plena e adaptação maior para receber turistas, principalmente os de outras nacionalidades.
Para valorizar e "vender" o parque aos visitantes, os caminhos iniciais seriam a melhoria da sinalização, a adoção de melhores formas de transmitir a informação (como textos explicativos mais abrangentes) e a instalação de um programa de monitores, que poderia usar jovens e estagiários.
Deve-se buscar parcerias com universidades que possam se interessar em pesquisar a geologia, a fauna e a flora local, especialmente o Paredão Salitroso. Uma vez cientes, é provável que formandos optem por tornar o local tema de trabalhos de conclusão de curso. E que muitos estagiários de cursos pertinentes também se interessem.
Estudos de ambientalistas, além de fazerem o levantamento da fauna e flora do local, podem sugerir estratégias para a recuperação do solo, o plantio de espécies nativas e até a recuperação de espécies animais (algumas em extinção). Provovendo, assim, a restauração ecológica da sua paisagem natural e a melhor conservação dela. Planejar praças e parques também conforme as necessidades da fauna é importantíssimo.
O local pode ser inserido em roteiros de visitação de cursos superiores e tornar-se um ponto de observação para ambientalistas, principalmente de aves. Com tudo isso, o Parque poderia tornar-se uma referência nos estudos ligados à Biologia, Ecologia, Geografia, Geologia, História e talvez até Arqueologia.
Quanto à segurança, é preciso verificar a eventual necessidade de recuperação e substituição dos equipamentos e garantir a punição com mais rigor dos infratores pegos em flagrante. Também explorar a possibilidade de ampliar o quadro de funcionários e a vigilância do local.

Agradecimentos a Carlos C. Cavalheiro, Jonas Soares De Souza, Reinaldo Crocco Júnior, Cleberson C. Ferreira Da Silva, Marcelo Martinatti, Samara Cazzoli Y Goya, Daniele Janina Moreno, entre outros, cujos trabalhos forneceram todos os alicerces para esta matéria, com muitos dados e diversas ideias úteis. Também a Marcelo Henrique Baldini e ao pessoal do grupo do Facebook Antigamente Em Porto Feliz, através do qual muitas fotos foram conseguidas.

Estação De Trem

O prédio em estilo inglês da Praça “Cel. Eugênio Motta” foi construído para ser a estação de embarque da Estrada De Ferro Sorocabana (EFS), e o foi por 40 anos. Hoje funcionam lá dois setores da Cultura: o Arquivo Histórico Municipal “Sérgio Buarque De Holanda” e a Biblioteca Pública Municipal "Dr. Cesário Motta Jr.". Logo ali perto está a Estação Cultural "Assumpta Luzia Marchesoni Rogado” (Estação das Artes), ocupando o que já foi o antigo armazém de cargas do ramal de trem local. O registro aponta que ele, na verdade, é um pouco mais antigo: de 1919. 101 anos! 
A criação da EFS deu-se principalmente para facilitar o transporte de safras de algodão, sendo vital para o escoamento da produção de açúcar e café. Nos seus quase 100 anos de existência, expandiu-se até chegar a mais de dois mil quilômetros de vias, cobrindo as regiões oeste e sul do estado de São Paulo.
Sobre o ramal de Porto Feliz, consta que pode ter havido duas inaugurações: a de 26 de abril, junto com a do Parque Das Monções, pelo Prefeito e sua comitiva, e uma mais tarde, em 08 ou 10 agosto, esta pela EFS. Ele trouxe muito progresso para a cidade, com a "maria fumaça" substituindo os carros de boi. Além da estação na cidade, havia mais uma, na Fazenda Jupira (antigamente, era grafado como Jupyra). Esse prédio ainda está em pé mas, infelizmente, em péssimo estado de conservação, se deteriorando cada vez mais.
O trem parava na parte de trás da construção, vindo de Boituva. O embarque dava-se bem pelo meio do prédio, através da sala que hoje tem as paredes de vidro – era, então, uma espécie de corredor com portões. Havia uma plataforma junto ao prédio, que foi removida. Para voltar, o trem era girado num viradouro.
Foi destativado em 1960, através do Decreto 37.519 (Diário Oficial, 17-11-1960). Houve protestos da população, políticos e funcionários municipais nas semanas seguintes e até obteve-se uma audiência em 30 de dezembro daquele ano, para tentar impedir. Infelizmente, não rendeu o resultado desejado. Um comício foi organizado no dia seguinte, pelo Prefeito Benedito Aranha. Ele teve intenso policiamento e foi transmitido pela ZYR-223 Rádio Porto-felicense. Nele foi decretado luto por três dias! Bandeiras foram hasteadas a meio mastro e o comércio chegou a fechar suas portas! Os trilhos foram sendo removidos nos dois anos seguintes.
A bela construção já abrigou o escritório do SAAE e o Ministério do Trabalho nos anos 80. Após a saída deles, voltou a ser fechada e só em 1999 foi restaurada. Então, em 2000, o Arquivo Histórico foi criado e a Biblioteca Municipal foi transferida para lá. Também foi restaurado em 1999 o antigo armazém de uso da companhia de trem, há poucos metros dali, e virou a Estação das Artes, onde peças teatrais, espetáculos de dança, exposições cinematográficas e outros eventos acontecem.


Biblioteca, Arquivo E Estação
A Biblioteca tem um acervo de milhares de livros, é cheia de obras com histórias e informações. Lá se vai para se divertir e/ou para ficar mais bem informado e inteligente. Depoimentos de visitantes garantem que ela é de alto nível, incomum na região, uma verdadeira preciosidade. O telefone é o 3262-1903, o e-mail é bibliotecamunicipalportofeliz@gmail.com. A responsável é a bibliotecária Cristina Carneiro Borges.
O Arquivo é um setor que cuida do recebimento, preservação e organização de documentos, fotos e outras formas de registro, nos quais fica abrigada a história da cidade e de seus cidadãos. Está aberto para receber doações; Em caso de ter documentos e/ou outros materiais que queria doar, ligue para o telefone 3262-4544 ou faça contato pelo e-mail arqpmpf.janaina@hotmail.com. A responsável é a arquivista Janaina Piva Mancio, que também costuma escrever sobre a história da cidade.
Arquivo e Biblioteca possuem páginas no facebook, e a Biblioteca também tem site. Basta digitar os nomes dos setores e "Porto Feliz" para encontrá-los e acessá-los.


Agora, a velha questão: Nos dias de hoje, com a Internet e os smartphones, há necessidade das Bibliotecas e Arquivos? A resposta é um grande SIM! Veja porque (alguns dos principais motivos):
Quanto às bibliotecas, ler faz muito bem: acalma, amplia a inteligência, desenvolve a imaginação, estimula o raciocínio, melhora o vocabulário, entre muitos outro benefícios.
E para ler ainda não foi criado um sistema tão amigável e tão gostoso quanto um livro; É de fácil manuseio e cansa muito menos a vista.
Aqueles que precisam fazer uma pesquisa necessitam de fontes confiáveis, e encontrar essas fontes na Internet pode ser difícil, enquanto que uma ida à biblioteca facilita tudo na maioria das vezes.
Em alguns casos os livros para a pesquisa teriam de ser comprados e aí alguns sairiam por um alto preço para serem usados poucas vezes; numa biblioteca, eles podem ser emprestados e lidos de graça, diversas vezes, por várias pessoas.
Boa parte do público precisa da mediação de leitura, que é a orientação prestada para despertar interesse e indicar as melhores obras, e este é um serviço que é melhor realizado presencialmente e localmente.
Quanto aos arquivos, para uma cidade é fundamental manter e alargar sua própria história, e uma das melhores formas de traçá-la é seguindo padrões descritos pelos registros mantidos ali.
Um setor como o Arquivo e seu conjunto de peças dá a sensação de comunidade, de pertencimento a um grupo. E essa sensação é mais importante do que geralmente pensamos, as pessoa precisam se sentir parte de uma comunidade.
A Estação Das Artes possui palco, sistema de som, projetor e um auditório de mais de 120 lugares. Sedia apresentações artísticas e eventos como reuniões, desfiles etc. Os interessados em utilizá-la devem ligar para o telefone 3261-2126. O setor também sedia cursos de teatro e frequentemente realiza exibições cinematográficas e oficinas artísticas.

Agradecimentos a Janaina Soares de Souza Piva Mancio De Camargo, a Roberto Prestes (blog Ropresso) e a Ralph Mennucci Giesbrecht (site Estações Ferroviárias).

  


Diversos Possíveis, de Ivan Vagner Marcon


Diversos Possíveis, blog de meu amigo escritor Ivan Vagner Marcon.


Ele, por ele mesmo:
Professor e escritor nascido em Tatuí, interior de São Paulo. Graduado em Pedagogia e Letras. Tem poemas, contos e crônicas publicados em antologias (virtuais e impressas) no Brasil, Portugal e Espanha. No gênero poesia, publicou o livro “Em alguma parte inteiro” (Scortecci, 2013). Vencedor e jurado de vários eventos e concursos literários. Capricorniano do chifre até o casco.

Fraterno abraço, Ivan!

terça-feira, 21 de julho de 2020

Contos Do Velho Horrorista


Um velho blog meu, dedicado às histórias de horror...

http://contosdovelhohorrorista.blogspot.com/

Ele deriva da história em quadrinhos Kid Eternidade. Uma mini-série em 03 edições, publicada em 1991pela DC Comics (depois, incorporada ao selo Vertigo); Saiu no Brasil em 1998 pela Metal Pesado. Adoro a mini do Kid por vários motivos, resumíveis na genialidade da sinergia entre escritor e artista. Grant Morrison imaginou coisas além da imaginação... E Duncan Fegredo realmente conseguiu desenhá-las. 
Mas, voltando à gênese do blog... Em Kid Eternidade parte 2, verso III, o herói sobrenatural Kid e seu parceiro mortal, Jerry Sullivan, vão até uma casa semi-escondida em busca dos Mapas do Inferno. Sim, Mapas do Inferno. Para, bem, para a história deles prosseguir. Isso não importa para nós aqui. O que importa é que essa parada na casa do velho e recluso escritor é um maravilhoso microconto bizarro, sombrio e misterioso. O velho é o que eu chamaria de um horrorista - um misto de Stephen King e H. P. Lovecraft, amante de histórias de horror. Alguém que adora ouvi-las e contá-las. A palavra horrorista não está nos dicionários. Só a vi uma vez antes, numa saga do personagem John Constantine, na revista Hellblazer. O velho escritor mostra um verdadeiro amor pelas histórias de horror, começa a falar a todo momento sobre algumas das que escreveu. Adora a poesia sombria dos contos macabros e gostaria que as pessoas apreciassem sua obra, entendessem ela. 
Pensei comigo: "Ele poderia ser um apresentador de histórias de horror, como o Guardião de Contos da Cripta. Afinal, quantas histórias ele não deveria ter naquela casinha abarrotada com seus escritos horríveis demais?". A idéia ficou comigo durante muito tempo. Inicialmente, me veio à mente o desafio de criar uma fanfic com ele para o site Quadrim, para o qual já escrevi antes. Uma história que o trouxesse de volta... Achava uma pena desperdiçar um personagem assim, achava que ele merecia mais do que ficar preso em apenas 4 páginas de uma história em quadrinhos cult de vinte anos atrás. Aquele personagem era algo como achar um livro raro num sebo, entende?


Memórias De Porto Feliz, por Reinaldo Crocco Jr.

O Dr. Reinaldo Crocco Jr. é um grande estudioso da história de Porto Feliz. E um grande entusiasta dela.
Ele deu vazão a seu amor pela cidade em vários pequenos textos em sua página pessoal no Facebook. Eram notas que focavam alguma curiosidade histórica, acompanhadas de uma foto.
Suas postagens tiveram sempre dezenas de curtidas e já foram reunidas numa página e num grupo do Facebook.

Grupo Do Facebook



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Página Do Facebook


segunda-feira, 20 de julho de 2020

Agentes Culturais Locais Precisam Se Cadastrar

Agentes Culturais Locais Precisam Se Cadastrar


Porto Feliz deve integrar os sistemas de infomações culturais federal e estadual. E criar o seu.


É importantíssimo que todos os agentes culturais do município se cadastrem em dois serviços de informação: O SNIIC, que é federal, e o SP ESTADO DA CULTURA, que é estadual. Não apenas para que os fazedores de cultura locais apareçam para as esferas federal e estadual, mas também para que a própria cidade conheça melhor a si mesma com relação à área da Cultura.
E estar cadastrado num desses sistemas ou em algum outro é requisito obrigatório para se beneficiar da Lei Aldir Blanc (Lei Nº 14.017 de 29/06/2020), que cria auxílio emergencial destinado ao setor cultural durante o estado de calamidade pública. Está definido que só farão jus ao benefício trabalhadores da cultura e espaços culturais que tiverem sua inscrição (e a respectiva homologação) em, pelo menos, um dos vários cadastros listados (Artigo 6º, item VI e artigo 7º, parágrafo 1º).
Os dois sistemas citados podem ser considerados os mais importantes e são ferramentas de mapeamento que facilitam a divulgação e a transparência das iniciativas culturais, dão visibilidade para projetos, artistas, espaços, eventos culturais e seus produtores. E são avançadíssimos, cheios de recursos. Os dados dos cadastrados de um determinado município ou região ficam todos reunidos na plataforma e permitem encontrá-los num mapa dinâmico, com endereços precisos. Também fornecem perfis bastante completos, com espaço para fotos e descrições.

Ótimos Motivos
Fazendo isso, será possível ter uma boa ideia do cenário da Cultura em nosso município. Ainda há muito a saber a respeito da situação de agentes, grupos, espaços e eventos culturais em Porto Feliz. Apurações feitas pela Diretoria de Cultura, Esportes e Turismo e pelo Conselho Municipal de Política Cultural (CMPC-PF) revelaram um cenário grande e complexo e ainda há muito para ser conhecido.
Os dados gerados poderão até constituir uma argumentação para que se requisite mais recursos para a cidade. Também serão úteis para o Poder Público municipal, especialmente para a Secretaria De Educação, Cultura, Esportes e Turismo. Com um quadro mais nítido será possível apurar necessidades específicas do município, encontrar recursos e oportunidades pré-existentes, criar ações mais precisas e empregar melhor as verbas disponíveis.
E os próprios agentes e até os consumidores de cultura podem se beneficiar, pois os dados são públicos e é possível fazer pesquisas. Então, através dos sistemas pode-se buscar parcerias, fornecedores etc; Pode-se também encontrar serviços para consumo e eventos culturais dos quais participar.

Como Cadastrar-Se
Para o federal, o SNIIC, é preciso entrar neste link: http://sniic.cultura.gov.br/ . Clique no canto, em CADASTRE-SE JÁ (ou já entre direto, através do endereço: https://id.cultura.gov.br/). Já para o estadual, o SP ESTADO DA CULTURA, é preciso entrar neste link: http://www.estadodacultura.sp.gov.br/
Importante: o SNIIC será substituído futuramente pelo MAPAS CULTURAIS, que já está ativo e pode ser acessado pelo endereço: http://mapas.cultura.gov.br/ . Com ele haverá maiores benefícios, como facilidade de uso, mais possibilidades de filtros de busca e integração a outras bases de dados do MinC, como a Rede Cultura Viva, o Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas e o Cadastro Nacional de Museus. Através dele também é possível fazer o cadastro.
Cidadão, se você é fazedor de cultura, faça seu cadastro. E, se puder, ajude outros a fazê-lo e divulgue esse movimento. Divulgue pessoalmente ou virtualmente, entre seus colegas, em seus grupos, através das redes sociais. Compartilhe a informação de qualquer forma que puder. Ajude Porto Feliz, ajude outros cidadãos.

Um Sistema Para Porto Feliz
A necessidade do cadastro evidenciou um ponto importantíssimo: Porto Feliz também precisa ter seu SMIIC (Sistema Municipal de Indicadores e Informações Culturais). Mesmo o município dispondo das informações abrigadas em outros sistemas, ele precisa ter o seu próprio para ser dono da base de dados e para se concentrar em coisas específicas do cenário local. Este, aliás, é um dos pontos elencados no projeto do PMC-PF (Plano Municipal de Cultura de Porto Feliz). 
A criação do SMIIC de Porto Feliz pode seguir o caminho do governo federal e de muitas cidades e estados, adotando o sistema Mapas Culturais. Criação do Instituto TIM, é um software livre que pode ser adotado gratuitamente e personalizado por qualquer município ou estado. Uma valiosa contribuição para dar qualidade à gestão cultural, que reduz muito os custos, ao mesmo tempo que oferece maior autonomia. Além do exemplo do governo federal e do governo estadual de São Paulo, algumas cidades que empregam o sistema com muito êxito são nossa vizinha Itu (http://mapacultural.itu.sp.gov.br/) e a gigantesca metrópole de São Paulo (http://spcultura.prefeitura.sp.gov.br/). Mas muitas outras também o utilizam e aprovaram.
A base de dados gerada pode ser usada até mesmo para a criação de um aplicativo para celulares, como o app SEC (Sistema Estadual da Cultura). Ou para a criação de uma revista eletrônica com a programação cultural da cidade, como os antigos Em Cartaz (portal) e Virada Cultural (site), de São Paulo.

JEB (José Eduardo Bertoncello) é funcionário da Biblioteca Municipal

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No dia em que saiu a matéria foi criado o CADASTRO MUNICIPAL DE CULTURA 2020. Para acessá-lo, clique na imagem ou entre neste link: https://www.portofeliz.sp.gov.br/cultura

Parabéns à Diretoria de Cultura, Esportes e Turismo pela criação!
O próximo passo é a criação de nosso SMIIC, para que os cidadãos tenham as ferramentas de pesquisa!



sexta-feira, 17 de julho de 2020

Paredão Salitroso Do Parque Das Monções - Patrimônio Inigualável



Página do Facebook em homenagem ao Paredão Salitroso.

Fiquei espantadíssimo ao saber de todo o valor desse patrimônio natural de minha cidade.

Os principais responsáveis por isso foram Samara, Marcelo e Cleberson, que ministraram uma incrível palestra em 2017.

Aqui várias postagem que fiz, com trechos do estudo que produziram.







O estudo completo pode ser lido aqui: 

Estudo Sobre O Paredão Salitroso
https://pt.calameo.com/read/00471995478d33e4d2c03

(Disponível no blog Boa Terra De Porto Feliz)
Sob a supervisão da professora Samara Cazzoli e Goya, os alunos do Centro Universitário Mont Serrat (UNIMONTE), da cidade de Santos, realizaram análises da extensão do paredão ao longo da Estrada Parque das Monções. Em 2016, este mesmo grupo elaborou relatório técnico que redefiniu a idade do paredão de 270 para 400 milhões de anos, podendo afirmar que o nosso município já foi um mar. Elaboraram um documento com a versão da primeira fase do estudo, disponibilizado no site da Prefeitura para a consulta de estudantes, moradores e turistas que visitam Porto Feliz.



Cidade recebe verbas do Auxílio Emergencial para agentes e espaços culturais

Cidade recebe verbas do Auxílio Emergencial para agentes e espaços culturais

Os recursos da chamada Lei Aldir Blanc são federais; a Prefeitura tem de editar um decreto para regulamentar a ajuda e publicar editais de chamadas públicas


Matéria publicada na Tribuna Das Monções
JEB (José Eduardo Bertoncello) é funcionário da Biblioteca Municipal - Colaboração do portal G1, da CNM e do CMPC-PF


O governo federal liberou 3 bilhões de reais para ajudar o setor da Cultura neste período da crise gerada pela Covid-19. Metade deste dinheiro irá para os Estados e a outra metade para os municípios – é um volume de valores inédito no histórico de políticas culturais do País. 
Porto Feliz tem direito a um total de R$ 392.835,83 — 20% (R$ 89.686,40) de acordo com os critérios de rateio do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) e 80% (R$ 303.149,42) de acordo com a população. Esses dados são da CNM (Confederação Nacional de Municípios). 
Chamada de Lei Aldir Blanc, a lei que trata dos recursos liberados é a de nº 14.017 e foi criada pela deputada Benedita da Silva (PT-RJ). Aldir Blanc foi um artista vítima da Covid-19, um grande músico, compositor e escritor; sua canção mais famosa é “O Bêbado e a Equilibrista”. Ele tinha 73 anos e morreu no dia 4 de junho, no Rio De Janeiro. 
A lei foi sancionada em 29 de junho e publicada no dia seguinte. O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) vetou apenas o prazo de execução de 15 dias, e agora um novo prazo está sendo estabelecido. Logo depois, a Frente Nacional dos Prefeitos solicitou um prazo de 30 dias, enquanto a CNM encaminhou em 1º de julho ofício ao governo federal para apresentar sugestões para regulamentação da lei. 

Destino do dinheiro 
Os agentes culturais informais poderão sacar R$ 600,00 durante três meses. O benefício (referente aos meses de junho, julho e agosto) poderá ser prorrogado e é tema de discussão. A categoria abrange artistas, contadores de histórias, produtores, técnicos, curadores, trabalhadores de oficiais culturais e professores de escolas de arte e capoeira etc. Para requisitar o benefício, o agente terá que se enquadrar nestes critérios: a) ter trabalhado na área artística nos 24 meses anteriores à publicação da lei; b) não ter emprego formal; c) não dispor de outros auxílios, exceto bolsa família; d) ter renda familiar de até meio salário mínimo por pessoa ou um máximo de três salários mínimos no total; e) não ter recebido mais que R$ 28.559,70 em 2018; f) não receber o auxílio emergencial. 
Os espaços culturais, principalmente as organizações comunitárias, poderão dispor de um subsídio mensal com valor entre R$ 3.000,00 a R$ 10.000,00. Enquadram- se nessa categoria teatros, livrarias, sebos, ateliês, feiras, circos, produtoras de cinema e várias outras, desde que tenha gestão independente; Espaços ligados à administração pública (como prefeituras e governos estaduais) e a empresas não têm direito de recebê-lo. Mas, para isso, os interessados terão de estar inscritos num cadastro de projetos culturais estadual. E os critérios serão estabelecidos pelo gestor local. A lei obriga ainda que os beneficiados ofertem contrapartida ao município e prestem contas de como o subsídio foi utilizado. 
Também estarão disponíveis linhas de crédito em bancos federais e condições para renegociação de dívidas. O pagamento dos débitos ficará para 180 dias após o fim de estado de calamidade pública, com pagamento em até 36 vezes. 

Nos municípios 
O repasse aos municípios será preferencialmente por meio dos fundos municipais de cultura; quando não houver, será por meio de outros órgãos ou entidades responsáveis pela gestão desses recursos. Mas a transferência será feita mesmo que não se possua fundo e/ ou pasta responsável pela área da Cultura – todos os municípios receberão os recursos. Eles têm até 60 dias para usar o dinheiro disponibilizado, ou ele será devolvido. 
A Confederação Nacional dos Municípios produziu a Nota Técnica 44/2020. Nela recomenda que cada prefeitura organize a programação da utilização dos recursos, considerando a demanda do setor cultural local, a realidade do município e o que foi determinado nos artigos da lei. Orienta que a prefeitura edite decreto municipal com a programação do uso dos recursos, contemplando: a) Renda emergencial a trabalhadores da cultura; b) Subsídio para espaços artísticos, instituições culturais etc: c) Editais, chamadas públicas, etc, para a manutenção e o desenvolvimento de atividades culturais bem como para a realização de atividades que possam ser transmitidas pela internet, como as redes sociais, por exemplo. 

Como pode ser feito? 
Um caminho é o exemplo da cidade de São Paulo: a Prefeitura de lá criou um decreto que regulamenta a Lei Federal nº 14.017. O decreto foi publicado rapidamente, no sábado 04/07. Ele determina que a Secretaria Municipal de Cultura execute diretamente os recursos da União com a realização de programas que contemplem todas as hipóteses previstas na Lei Federal. O município criou um grupo de trabalho para acompanhamento e fiscalização das ações, incumbido, entre outras funções, de realizar um relatório e balanço final a respeito da execução dos recursos no âmbito do Município de São Paulo.



quinta-feira, 16 de julho de 2020

Desenhista Marcelo Baldini


Site do artista Marcelo Henrique Baldini, de Porto Feliz (SP). Ilustrador, caricaturista e escultor. Professor de artes. Contato: (15) 9 8824-8000; (15) 3261-1867. Facebook: @marcelobaldiniartes


Ropresso

Ropresso: Blog do Roberto Prestes de Souza

Um blog para preservar a história de Porto Feliz.

Boa Terra De Porto Feliz

Boa Terra De Porto Feliz: http://boaterradeportofeliz.blogspot.com/



Este blog visa oferecer o máximo possível de informações sobre a cidade de Porto Feliz, permitindo um bom ponto de partida para pesquisas - tanto de cidadãos quanto de turistas. 

A maioria das informações, fotos etc. é extraída de outras fontes e, sempre que possível, os créditos e os links para as fontes originais foram fornecidos. 

Em caso de omissão ou engano, por favor, entre em contato com o responsável para que possam ser efetuadas as devidas correções. 

O nome deriva de um trecho do Hino a Porto Feliz.

O Que Queremos É NOSSA VARNAL!

O Que Queremos É NOSSA VARNAL!

Publicado no jornal O Arauto De Porto Feliz em março/2020



Bem, vamos lá: VARNAL é uma cidade imaginária, de um livro de ficção científica que tenho. Queria explicar melhor isso de melhorarmos Porto Feliz e achei que usar essa ideia seria a melhor forma... Por mais estranha que pareça. Ah, olha, sou um nerd de carteirinha – eu até trabalho numa biblioteca! Adoro essas coisas... É o que me veio à mente! Mas juro que faz todo sentido! Vou explicar melhor, tenha paciência, amigo leitor!

Coisa De Nerd, Mas Faz Sentido
No livro, um cientista é teletransportado para outro lugar – fora da Terra. Varnal. E logo ele acha isso a maior sorte do mundo, pois passa a amar aquela cidade. Lá, se vê numa comunidade com pouco avanço tecnológico, um lugar algo medieval, algo rural/indígena. Tem limitações, mas também é um paraíso real: As pessoas são virtuosas, trabalhadoras, gentis. As instituições comunitárias funcionam da melhor maneira: O governo é feito por representantes capacitados sem poderes absolutos e o povo participa diretamente e ativamente. A cultura é viva e rica, a educação é centrada nos valores mais nobres para formar boas pessoas.
O protagonista passa a amar aquele lugar e se torna um heroi por ele, o seu campeão, pois opta por defender tudo aquilo até a morte. Ninguém iria “colocar as mãos sujas” em Varnal enquanto vivesse, pois era o melhor lugar do mundo e não havia outra igual. E Varnal agora era dele também, que decidira viver lá para sempre a Terra não o atraia mais...
De um livrinho “véião” (anos 60), amarelado, que nunca foi republicado... E é uma das coisas que mais adoro.

Lugar Bom
Então, entenda Varnal como um LUGAR BOM: Uma cidade onde as crianças, mulheres, idosos, todos podem estar seguros nas ruas. Um lugar com muitas atividades e com bolsões de reunião da comunidade, como as feiras e outras ações assim, aonde você vai para participar da vida local, ver amigos, conhecer pessoas. Mais: onde você é vizinho de gente que quase certamente é trabalhadora, honrada, simpática e talentosa. Um lugar onde as pessoas recebem o melhor, fazem o melhor juntas e por isso são melhores que a média.
Você quer isso, leitor. Todos queremos. Um lugar bom de viver a sua vida, para você poder construir – uma carreira, uma família, um estilo de vida. Uma Varnal. Sua Varnal. Claro, há os cosmopolitas, os exploradores, os que amam o estrangeiro, o novo, os que adoram viajar. Mas não são a maioria. E mesmo eles buscam um lar de vez em quando – a Varnal deles. Pois eis outro sinônimo: com Varnal quero dizer também LAR.

Porto Feliz Como Nossa Varnal!
Bom, eis nossa berlinda: Se não fizermos de Porto algo assim, teremos que escolher entre viver no que nos for dado ou procurar outro lugar. E esse drama é de todos os cidadãos, não é uma responsabilidade unicamente do Poder Público. Todo cidadão precisa contribuir para sua comunidade, não só para ela sobreviver e crescer, mas para ele se sentir parte dela.
Acho mesmo que devemos desenvolver, de caso pensado, um sentimento de amor por Porto Feliz e nos mobilizarmos para conduzirmos NOSSO município para o melhor. Nós temos de aprender a amar intensamente o que temos e a cuidar bem disso. Devemos fazer essas coisas como fazemos cursos, reformas etc: De forma consciente, com trabalho planejado e contínuo, um pouco por vez, com paciência e persistência para chegar lá no devido tempo.
E Porto pode prosseguir no estilo “cidade pequena” e, ao mesmo tempo, pode agregar o melhor do desenvolvimento cultural atual. Pode ser uma cidade “família”, aconchegante sem estar presa no passado. Pode fervilhar com cultura e muita atividade social, tendo empregos e serviços em abundância sem virar um gigante impessoal como as grandes metrópoles, essas selvas de pedra. Eu não quero viver numa “São Porto”. Esses locais deixam triste e ansioso.
Isso pode ser feito SIM, como um prédio pode ser construído a partir de plantas, materiais e trabalho. Mas só se houver mobilização intensa de cidadãos atuantes. Há muitos assim entre nós (vocês me enchem de orgulho e são inspiradores!), e os outros (eu sou um deles...) precisam se tornar esse tipo de habitante interessado e “mãos-à-obra”. Para que, quando necessário, uma população que chega a ser briguenta venha a defender o que é seu... Algo maravilhoso.
Não faltam talentos na cidade, mas não mesmo! E os recursos locais são suficientes para fazermos isso – para o começo, dá sim. O que falta é um movimento mais consciente, maior organização. Nosso calcanhar de Aquiles, como o de muitas cidades, é a falta atuação como um time, com os diversos talentos complementando uns aos outros para que a união chegue à vitória. Não que não existam iniciativas, mas elas precisam aumentar e multiplicar. Há gente fazendo – mas precisam de muita ajuda!
Temos de resolver isso, você percebe, leitor? Pense nisso, amigo/vizinho/colega de equipe: Porto Feliz pode ser nossa Varnal!...
Ah, sobre o livro: É “A Cidade Da Neblina Verde”, de Michael Moorcock. ;)



JEB (José Eduardo Bertoncello) trabalha na Biblioteca Municipal

Jornal O ARAUTO: https://oarautopfz.com.br/

E-books Sobre Turismo & Cultura

Porto Feliz pode ser mais linda, mais agradável, muito melhor para se viver e para receber... E MUITO MAIS PRÓSPERA! Vamos acreditar nisto! ...